Este ano marca um verdadeiro ponto de viragem na gestão da água na Europa. Com a entrada em vigor da nova Diretiva Europeia sobre Águas Residuais Urbanas, os Estados-membros, incluindo Portugal, são obrigados a implementar sistemas mais avançados para eliminar micropoluentes como PFAS, microplásticos e resíduos farmacêuticos.
A diretiva estipula que as populações com mais de 1.000 habitantes devem dispor de tratamentos adequados. Os produtores de cosméticos e medicamentos passam a ser responsáveis por 80% dos custos de eliminação destes poluentes, aplicando o princípio de “quem polui, paga”.
Outro objetivo ambicioso é alcançar a neutralidade energética nas maiores ETARs até 2045, operando com recurso a energias renováveis. Esta transição exige investimentos significativos, especialmente em autarquias de menor dimensão.
A Cleanpur, empresa portuguesa especializada em tratamento de águas, vê nesta diretiva uma oportunidade para liderar a transformação. Tecnologias como membranas de nanofiltração, ozonização e sensores inteligentes já estão a ser incorporadas para cumprir os novos requisitos e aumentar a eficiência operacional.
A par disso, a digitalização do ciclo da água, impulsionada pelo PERTE europeu com mais de 3 mil milhões de euros, está a revolucionar a monitorização e gestão dos recursos hídricos. Transparência, acesso a dados e formação contínua são essenciais para garantir água segura e sustentável em Portugal.